Débora Álvares, de Revista Exame
São Paulo – Primeira empresa, plano de
negócios, contratações, estoque, equipamentos, investimentos e muitas outras
coisas para pensar. Em meio a tantas decisões, alguns impostos,
levantamentos ou registros podem passar despercebidos e gerar problemas futuros
para os empreendedores.
Para evitar que o empresário se perca,
especialistas ouvidos por Exame.com destacam o contador como
o profissional essencial a todo negócio, alguém que pode auxiliar nas questões
burocráticas, mas também nas tomadas de decisão.
Como destaca a professora do Núcleo de
Empreendedorismo da ESPM Rosemary Lopes, outros profissionais podem
ser necessários em alguns momentos, como advogados, para fazer contratos,
definir tipos de sociedade e formas de deixar a empresa. “Mas nenhum deles é
tão importante quanto o contador, com quem o empresário vai interagir mesmo que
não queira, ainda que se esqueça dele”, brinca.
Segundo o presidente do Conselho
Federal de Contabilidade (CFC), Juarez Domingues Carneiro, o profissional de
contabilidade não é mais o profissional que cuida apenas das contas. “Sua
atuação não se limita mais aos aspectos puramente técnicos, mas também está
presente no assessoramento e consultoria em gestão, bem como no desenvolvimento
e crescimento das empresas.” Veja em quais momentos este profissional é
indispensável para sua empresa.Abertura
Abrir um negócio envolve minúcias
muitas vezes desconhecidas. Além de ter claros os objetivos e a área de atuação
da empresa, é preciso pensar em como será a constituição societária, o
tipo jurídico da empresa, onde estará alocada, além do capital social e o
planejamento financeiro.
O vice-presidente do CFC, Enory Luiz
Espinelle, afirma que, em todas essas situações, o contador deve estar
presente. “Ele também ajuda a estruturar o contrato ou estatuto social da
empresa e organiza a parte contábil”, diz.
Espinelle explica que há dois tipos de
contabilidade hoje em dia: a societária e a fiscal. A primeira, segundo ele,
cuida de atos práticos e registros e dão sustentação para demonstrações
contábeis de prestação de contas. A outra diz respeito a todo o processo de
informações das obrigações fiscais, das atividades da empresa, da incidência de
tributos, débitos e créditos e da apuração de impostos devidos. “Tudo deve ser
pensado pelo contador”.
A professora Rosemary Lopes ressalta
essas atribuições. “Normalmente, é o profissional que orienta sobre o formato
jurídico que a empresa deve adotar. Além disso, ajuda a definir quais os
procedimentos, licenças e autorizações precisa obter, como registrar a empresa
e qual o melhor regime tributário”, ressalta da professora.Em operação
Além de fazer balanços mensais e anuais
das contas da empresa e lembrar o pagamento de contas, o profissional de
contabilidade deve estar por dentro de possíveis modificações na legislação
brasileira. “Acontece de o governo decidir mudar a forma como faz o
recolhimento de impostos ou a cobrança de tributos”, afirma Rosemary. O
contador também pode auxiliar nas discussões sobre alterações societárias.
Também são atribuições do contador da
empresa, que pode ser um funcionário ou uma empresa de contabilidade que presta
o serviço, os controles financeiros, de planejamento, fluxo de caixa e
orçamentos. “É fundamental ter um controle da gestão baseado em informações,
organização financeira, prestações de contas, balancetes mensais e demonstrações
contábeis anuais”, avalia Espinelle.Encerramento
O contador pode alertar, ainda, para os
passos necessários para fechar o negócio, prazos e exigências. Ao optar por
essa decisão, o empresário precisa de um balanço de encerramento das atividades,
inventário, pagamento de credores e levantamento de recebíveis.
Além disso, é preciso definir como se
dará o compartilhamento de bens. “Gerado todo o processo de liquidação, será
feito o distrato comercial a ser levado à junta comercial, as declarações
fiscais de encerramento e baixas em órgãos em que a empresa mantem registro”,
explica Espinelle.
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Compartilhando idéias e experiências sobre o cenário tributário brasileiro, com ênfase em Gestão Tributária; Tecnologia Fiscal; Contabilidade Digital; SPED e Gestão do Risco Fiscal. Autores: Edgar Madruga e Fabio Rodrigues.