SPED | Nota Fiscal de Serviço Eletrônica - NFS-e: as dificuldades devido a falta de um padrão de integração
Um
bom artigo para conhecermos melhor mais um projeto do SPED: A Nota Fiscal de
Serviço Eletrônica - NFS-e (Não confunda com a Nota Fiscal Eletrônica - NF-e) que
trata dos desafios de não haver uma padronização no modelo adotado pelas
prefeituras. Lembrando que este tipo de documento não deve ser informado no
SPED Fiscal ICMS/IPI. Somente as notas fiscais autorizadas pelos FISCOS
estaduais devem ser informadas no SPED Fiscal ICMS/IPI. A NFS-e é autorizada
pelos FISCOS municipais.
Artigo
originalmente publicado no blog do Roberto Dias Duarte, nossa referência em
SPED.
Nota Fiscal
de Serviço Eletrônica - NFS-e: as dificuldades devido a falta de um padrão de
integração
por Maicon
Klug*
Diferente
da NF-e, a Nota Fiscal de Serviços eletrônica possui vários
layouts de integração.
Isso acontece, pois cada Prefeitura Municipal está implementando a NFS-e a
sua maneira. Os novos layouts surgem devido às necessidades dos municípios, os
diferentes fornecedores e a não há existência de uma padronização.
A Associação Brasileira das
Secretarias de Finanças das Capitais (ABRASF),
visando padronizar a integração da NFS-e com
os municípios, desenvolveu um modelo conceitual para a integração entre
sistemas de contribuintes e ambientes das prefeituras. Também disponibilizou um
documento com um modelo técnico, que possui informações muito bem detalhadas.
Entretanto, muitas prefeituras já
vinham desenvolvendo a NFS-e antes
da criação deste modelo. Muitos fornecedores de sistemas de gestão pública
também já haviam iniciado a criação de seus próprios padrões. Novos padrões
continuam surgindo, mas agora são derivados do padrão conceitual da ABRASF.
Eles possuem características semelhantes, mas ainda assim geram diferentes
layouts e formas de comunicação (webservices). Essas diferenças trazem certa
“dor de cabeça” para desenvolvedores de software e contribuintes.
Quantos
modelos de integração existem?
É difícil dizer a quantidade exata. Há
referências que citam mais de 40 diferentes modelos. Dos já mapeados, podemos
citar pelo menos 20: WebISS, Betha, ISSintel, GINFES, IPM, DSFNET, ISS.Net,
Simpliss/GDN, E-Governe, Tiplan, Governo Digital, ISISS, Equiplano, Abaco, ISS
Web, Prodam (São Paulo), Curitiba (derivação ABRASF),
Rio de Janeiro (derivação ABRASF),
Belo Horizonte (derivação ABRASF)
e Salvador (derivação ABRASF).
Como muitos já seguem o padrão ABRASF,
há certa semelhança entre os modelos. As diferenças estão na forma de
comunicação e nas informações. Como cada prefeitura tem necessidades
específicas, o modelo ABRASF começa
a ter “personalizações”, gerando os modelos derivados. Para os contribuintes ou
desenvolvedores de software, é necessário tratar essa “derivação” como sendo um
novo modelo.
Qual
a dificuldade na integração?
Se
compararmos NF-e e NFS-e em
termos de quantidade de informação, a NF-e ganha
disparado. Há muito mais informação na NF-e do
que na NFS-e. Entretanto, a dificuldade não está na manutenção da
informação. Para quem utiliza um sistema de gestão, todas as informações já
estão lá cadastradas, o que precisa ser feito é disponibilizar todas elas
dentro de um formato padrão (layout do arquivo XML utilizado em todos os
estados).
O problema maior está em manter uma
integração com inúmeros formatos. Imagine ter que adequar um sistema para a
geração de mais de 40 layouts diferentes e ainda ter que integrar com centenas
de prefeituras? É muito trabalho não é? Podemos citar também as diferenças no
uso da Certificação Digital. Há prefeituras que
exigem a assinatura digital dos documentos no momento do envio, há municípios
que não.
Tudo isso que estamos falando talvez
não seja uma realidade de todas as empresas. Mas vamos usar com exemplo uma
empresa com inúmeras filiais. Rede de escolas ou uma rede de franquias, ou
então uma empresa de desenvolvimento de softwares de gestão que possui uma
carteira de clientes em todo o Brasil. Para essas empresas, a NFS-e é
um obstáculo a ser enfrentado.
Por
que a NFS-e é tão complexa?
Em
todo o país, há cerca de 400 municípios que já adotaram a NFS-e,
de acordo com uma lista disponibilizada no site da G2KA Sistemas. Seguindo
neste mesmo ritmo, haverá uma grande expansão deste número até final do ano.
Aumentando o número de cidades, será normal também o aumento da quantidade de
padrões de integração.
Para entender melhor a complexidade da NF-e e
da NFS-e, podemos usar como exemplo o número de empresas de
desenvolvimento de softwares para documentação eletrônica. Existem no mercado
mais de 500 empresas que fornecem algum tipo solução para NF-e (integração,
digitação, consultoria, etc…). Já para NFS-e,
dentro dos padrões levantados neste artigo, há somente duas empresas em todo o
Brasil.
Qual
a melhor opção para NFS-e?
Assim
como todo negócio, foco e especialização são importantes. Melhor desempenhará
uma atividade quem tiver a especialidade sobre o processo. Melhor será o
produto se desenvolvido por especialistas no assunto. O mesmo aplica-se na NFS-e.
As empresas especialistas no desenvolvimento de soluções para documentação
eletrônica estão sempre atualizadas quanto a legislação e suas soluções se
mantêm compatíveis com cada Prefeitura Municipal.
As soluções de integração para NFS-e permitem
que as empresas desenvolvam uma única integração: com o software de NFS-e.
Não é necessário conhecer o layout de cada município, nem se preocupar com a
comunicação em cada cidade, esse processo é feito pelo software de envio de NFS-e.
Em outras palavras, é o software gestor de NFS-e que
faz a ponte entre os sistemas dos contribuintes e qualquer município que
disponibilize a integração com a Nota de Serviços eletrônica.
*Maicon Klug é diretor de
Marketing da G2KA Sistemas. A G2KA é uma empresa especialista no
desenvolvimento de soluções para Documentação Eletrônica (Nota Fiscal de
Serviços eletrônica, Nota Fiscal eletrônica e Conhecimento de Transporte eletrônico).
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