As operadoras móveis não jogaram a toalha em relação ao NFC (tecnologia de comunicação por proximidade). Pelo menos na França, terra que concentra alguns dos principais fabricantes de SIMcards, as teles ainda demonstram otimismo na adoção de soluções com NFC no SIMcard, elemento controlado pelas operadoras, que podem cobrar o aluguel do espaço para a instalação de aplicações de terceiros. Isso ficou claro na palestra de abertura da Cartes 2014, em Paris, realizada pelo diretor do programa de NFC da operadora francesa Orange, François-Xavier Godron, nesta terça-feira, 4.
O executivo abriu sua palestra apresentando os números mais recentes do mercado francês em NFC. Atualmente, um em cada dois aparelhos vendidos pela Orange possuem a tecnologia. E SIMcards com essa tecnologia estão disponíveis em todas as lojas da empresa. Ele estima que 65% da base de aparelhos na França já esteja habilitada para o uso desse canal de comunicação de dados por proximidade. Grandes redes varejistas, como Carrefour, estão adaptando seus caixas para receberem pagamentos por NFC. E no ano que vem 30% dos caixas nas agências de Correios da França estarão habilitados. Paralelamente, a Orange tem contribuído para o lançamento de diversos serviços envolvendo NFC, tanto de pagamento, quanto de identificação. Há desde ônibus e trens adotando a solução, com o celular substituindo o tíquete, até companhias aéreas, como a AirFrance, testando o cartão de embarque dentro do telefone, além de serviços de pagamento móvel.
O diretor da Orange aproveitou para comparar a solução do elemento seguro no SIMcard com aquela na nuvem, proposta pelo Google com a funcionalidade de HCE (Host Card Emulation), presente nas versões do Android a partir do KitKat. O executivo destacou que o elemento seguro no SIMcard é comprovadamente menos suscetível a fraudes, além de estar ligado a um ecossistema mais maduro. E o principal: tem a conveniência de funcionar mesmo sem rede de dados ou quando a bateria acaba. O único ponto positivo a favor do HCE que Gondron reconheceu é a facilidade do provisionamento do cartão, feito diretamente pelo emissor para o usuário final, sem necessidade de intermediação pelas operadoras.
Conveniência
Se a segurança é um forte da solução baseada em SIMcard, por outro lado, a indústria móvel reconhece que precisa aprimorar a conveniência dos serviços com essa tecnologia. "Sabemos que "trust is a must". Sem segurança, serviços convenientes podem se tornar um pesadelo. Se já garantimos a segurança (na solução baseada em SIMcard), agora a palavra de ordem é conveniência, conveniência e conveniência", disse Oyvind Rastad, chairman da consultoria Eurosmart.
Fernando Paiva, de Paris*
Fonte: Mobile Time
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