Material está sendo preparado para que MPF faça as primeiras denúncias
BRASÍLIA - A força-tarefa da Polícia Federal, Ministério Público Federal e Receita Federal concluiu a análise dos documentos apreendidos na Operação Zelotes e prepara o material para que o MPF faça as primeiras denúncias dos envolvidos no escândalo de compra de sentenças do Conselho Administrativos de Recursos Fiscais (Carf). Segundo fontes ouvidas pelo GLOBO, houve uma mudança de estratégia: agora, os procuradores da República farão denúncias individuais e não mais em grupo de conselheiros e empresas como estava previsto antes. Só depois de abrir os primeiros processos, pensarão em denunciar quadrilha ou organização criminosa.
Muitas das denúncias serão de empresas e conselheiros que nem apareceram no inquérito da PF. Isso porque as investigações se concentraram em apenas um período do ano passado. No entanto, a Receita Federal levantou internamente provas contra casos suspeitos. Isso abasteceu as investigações e agregou provas de corrupção e tráfico de influências.
— Estamos partido das empresas, passando pelas empresas de lobby e chegando aos conselheiros para montar os casos. Estamos selecionando os casos mais maduros para poder fechar cada quebra-cabeça — explica uma fonte a par das investigações. - Essa operação tem um potencial bem explosivo, mas não vai ter um perfil como a Lava-Jato.
Na avaliação de pessoas dentro da força-tarefa dentro das investigações, a apuração poderia ter sido mais eficaz se a Justiça não tivesse suspendido as escutas justamente num momento crucial de investigação de grandes casos de corrupção.
— Mesmo com todos os problemas, a gente avalia que já houve um grande efeito a operação, principalmente, educativo na prevenção da corrupção entre os servidores públicos — diz um outro responsável pela apuração.
Além desse impacto, há outras conquistas como a mudança feita pelo Ministério da Fazenda que impede que conselheiros do Carf atuem como advogados. É uma das alterações já feitas pelo governo após a primeira fase da Operação Zelotes. No entanto, a principal reforma no conselho defendida pela PF e pelo MPF — a exclusão de representantes dos contribuintes — não deve ser feita.
A avaliação do governo é que comprar briga com as entidades empresariais no atual momento de desgaste do Palácio do Planalto seria insano. Além disso, a mudança deveria ser feita por projeto de Lei, que tem de ser aprovado pelo Congresso Nacional onde os empresários têm força. Colocar uma matéria dessa em votação poderia ser mais uma derrota da presidente Dilma, na avaliação de interlocutores do Planalto.
POR GABRIELA VALENTE
POR GABRIELA VALENTE
Fonte: O GLOBO
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