Especialista em empreendedorismo afirma que práticas informais impactam em uma grande desvalorização de qualquer tipo de negócio
Aqui se faz, aqui se paga
Caro empreendedor, você deve ter inúmeros motivos para manter a sua empresa, ou parte dela, na informalidade: a burocracia é excessiva e os impostos são altíssimos, por exemplo. Além disso, seu dinheiro invariavelmente é mal gasto pelo governo, seja pela má gestão ou pela corrupção dos nossos políticos, o que torna ainda mais desanimadora a tarefa de formalizar e profissionalizar seu negócio.
No entanto, o objetivo desse texto é fazê-lo refletir sobre algumas razões para “colocar tudo por dentro” como se diz na gíria dos negócios, principalmente em negócios de rápido crescimento.
Na Endeavor usamos a máxima “aqui se faz, aqui se paga” para traduzir a nossa visão de que não vale a pena adotar práticas informais. Afinal, acreditamos que um dia a conta chega: vem na multa de um fiscal da Receita ou do Ministério do Trabalho, cada vez mais competentes em descobrir irregularidades; ou então na dificuldade de atrair e reter jovens talentos, que não estão dispostos a arriscar sua carreira em uma empresa que trabalha no “jeitinho”; e ainda na complexidade de gerenciar um negócio com diversas contabilidades, CNPJs e folhas salariais.
Como resultado, essas práticas impactam em uma grande desvalorização da sua companhia, talvez seu principal patrimônio, no momento de entrada de um investidor ou na venda para um estratégico. Acredite, é a velha história do barato que sai caro.
Sabemos que, muitas vezes, é difícil mudar a mentalidade de sobrevivência do empreendedor, que recorre à informalidade para resistir à hostilidade do ambiente empreendedor no país, mas exemplos para comprovar que vale a pena se formalizar e se profissionalizar não faltam. Só no portfolio da Endeavor temos dezenas de casos de empresas que decidiram não pegar nenhum atalho e se valorizaram muito por isso.
Um bom exemplo de empreendedor que conseguiu usar a profissionalização do negócio a seu favor foi o Wilson Poit, da Poit Energia, vendida por 400 milhões de reais em 2012. A valorização da empresa se deu principalmente porque a casa estava organizada enquanto a de outras companhias do mesmo setor não estava.
Ele disse uma vez em entrevista à Endeavor que a concretização da venda da Poit para a Agrekko só aconteceu porque ele sempre procurou fazer tudo certo desde o começo. Os resultados fizeram tudo valer a pena.
Escrito por Juliano Seabra, especialista em empreendedorismo, e Luiz Guilherme Manzano
Juliano Seabra é diretor geral da Endeavor Brasil e Luiz Guilherme Manzano é gerente de Apoio a Empreendedores na Endeavor.
Fonte: Exame.com
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