Pular para o conteúdo principal

Robôs vão substituir maioria das profissões, diz professor

Robô: não são só os trabalhos braçais, mecânicos e técnicos serão substituídos por máquinas, diz professor


“O seu emprego pode não existir amanhã”. É assim que o jornalista David Baker começa sua palestra sobre o futuro do mercado de trabalho, realizada no dia 8 de outubro de 2015 em São Paulo a partir de uma parceria da The School of Life, Insper e Na Prática.

Cofundador da revista de inovação tecnológica Wired e professor senior da The School of Life, ele tem pesquisado as relações entre tecnologia e mercado de trabalho, e acredita que em breve robôs vão substituir grande parte das carreiras que conhecemos hoje.

Em qualquer fábrica de primeiro mundo, no lugar de operários agrupando peças e apertando parafusos, encontraremos diversas máquinas de última geração — isso não é surpresa para ninguém. Ao mesmo tempo, casas inteiras são construídas em poucas horas por uma impressora 3D gigante, envolvendo apenas uma ou duas pessoas no processo.

Revolução tecnológica 

Segundo David, não são só os trabalhos braçais, mecânicos e técnicos serão substituídos por máquinas e computadores. “Os engravatados também estão ameaçados”, ele brinca. Se você ocupa uma posição executiva, estratégica, criativa — os famosos trabalhos white collars — e acha que vai passar ileso pela revolução tecnológica, está errado. No vídeo abaixo, ele detalha sua visão sobre o mercado de trabalho no futuro:



Essa substituição, aliás, não é uma previsão pessimista, e sim algo que já está acontecendo. “As máquinas estão usando nosso trabalho para se tornarem boas naquilo que nós fazemos”, ele explica.

Tome como exemplo o Google: ao sinalizarmos manualmente em nossos e-mails o conteúdo que é “spam”, o programa rapidamente aprende a classificar o conteúdo indesejado de forma automática e não precisa mais de nossa ajuda. Quando sugerimos uma tradução melhor ao Google Tradutor, ela entra para o repertório do programa, tornando-o mais inteligente.

“É uma ilusão achar que algumas profissões estão seguras, como medicina, direito e jornalismo”, zomba David, ele próprio um jornalista. “Nós somos vaidosos e achamos, por exemplo, que nenhuma máquina será capaz de escrever de forma tão elegante e bonita como nós”, diz. Para ele, nenhuma máquina ainda é capaz de fazer isso. Em outras palavras, é uma questão de tempo.

Contextualizando: no site da revista Forbes, notícias sobre mercado já são redigidas em nanossegundos por um robô. Existe um software capaz de diagnosticar pacientes com câncer com muito mais acerto do que os próprios médicos. Um programa de computador acerta 7 a cada 10 decisões da Suprema Corte nos Estados Unidos. Qualquer trader do mercado financeiro sabe que computadores potentes são capazes de fazer transações mais rápidas e lucrativas do que eles próprios.

Para David, esse cenário é apenas o avanço inicial e tímido de uma curva exponencial que demonstra como os robôs vão substituir os nossos trabalhos. Ou seja, essa mudança será cada vez mais intensa e rápida.

A grande questão é: como lidar com isso?

Nessa revolução tecnológica, uma coisa é certa: pessoas vão perder seus empregos. “Nós construímos tecnologias que beneficiam o público amplo, mas ao mesmo tempo destroem mais postos de trabalho do que criam”, explica David. Para ele, esse paradoxo nos força a repensar os nossos próprios trabalhos: O que eu posso oferecer de único para a sociedade? Qual o meu propósito e como meu trabalho se relaciona com ele?

A vantagem dos robôs
“Talvez os robôs nos deem tempo livre para fazermos aquilo de que realmente gostamos e fazemos bem”, continua. Segundo ele, a primeira parcela do nosso dia a dia a ser abocanhada pelos computadores será aquela mais burocrática e com menos sentido.

“No mercado de trabalho como é hoje, grande parte das tarefas é completamente inútil. Eu escrevo um relatório para alguém, que envia esse documento para uma terceira pessoa e depois nós três vamos fazer uma reunião, enquanto uma quarta pessoa escreve uma nova versão do relatório”. Esse vai e vem de papelada seria uma das primeiras práticas a deixar de existir. Com o ganho de tempo, poderíamos exercitar nossa curiosidade e buscar aquilo que realmente amamos fazer.

Ainda assim, mesmo com tempo livre para fazer o que gostamos, ainda permanece uma preocupação: Como eu vou conseguir dinheiro se o meu emprego desaparecer?

A visão otimista é que toda a geração de riqueza criada pela automatização da produção seja distribuída com relativa igualdade por toda população. David defende que, sem a pressão de ganhar dinheiro imediatamente, as pessoas poderiam escolher melhor o que gostariam de fazer como carreira — seja atuar, abrir um negócio ou realizar escaladas.

Mais do que isso: seriam mais empreendedoras e tomariam mais riscos. “Se você é capaz de descobrir aquilo que te torna único, e percebe uma forma de entregar isso para o mundo, provavelmente alguém vai te pagar bastante dinheiro por isso”, diz. No vídeo a seguir, ele explica como se preparar para esse novo contexto:



Da mesma forma, ele não hesita em admitir que também existe uma leitura pessimista para esse cenário: um futuro assustador de desemprego e alta concentração de renda nas mãos dos detentores das tecnologias. É exatamente o destino da revolução tecnológica que está em jogo neste começo de século.

Rafael Carvalho, da Na prática

 Este artigo foi originalmente publicado pelo Na Prática, portal de carreira da Fundação Estudar.

Fonte: Na Prárica via Exame

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O sol nunca deixa de brilhar acima das nuvens

Sempre que viajo e vejo esta cena fico muito emocionado. O Sol brilhando acima das nuvens. Sempre me lembro desta mensagem: "Mesmo em dias sombrios , com o céu encoberto por densas e escuras nuvens, acima das nuvens o Sol continuará existindo. E o Sol voltará a iluminar, sem falta. Tenhamos isto sempre em mente e caminhemos buscando a luz! Quando voltarmos os nossos olhos em direção à luz e buscamos na vida somente os lugares onde o Sol brilha, a luz surgirá" Seicho Taniguchi Livro Convite para um Mundo Ideal - pág. 36 Que super mensagem Deus nos oferta.  Você quer renovar a sua experiência com Deus?  Procure um lugar quieto e faça uma oração sincera a Deus do fundo do seu coração pedindo para que a vontade dele prevaleça em sua vida. Tenho certeza que o sol da vida, que brilha acima das nuvens escuras, brilhará também em você !!!

Sonegação não aparece em delação premiada, mas retira R$ 500 bi públicos

Empresário que sonega é visto como vítima do Estado OS R$ 500 BILHÕES ESQUECIDOS Quais são os fatores que separam mocinhos e vilões? Temos acompanhado uma narrativa nada tediosa sobre os “bandidos” nacionais, o agente público e o político corruptos, culpados por um rombo nos cofres públicos que pode chegar a R$ 85 bilhões. Mas vivemos um outro lado da história, ultimamente esquecido: o da sonegação de impostos, que impede R$ 500 bilhões de chegarem às finanças nacionais. Longe dos holofotes das delações premiadas, essa face da corrupção nos faz confundir mocinhos e bandidos. O sonegador passa por empresário, gerador de empregos e produtor da riqueza, que sonega para sobreviver aos abusos do poder público. Disso resulta uma espécie de redenção à figura, cuja projeção social está muito mais próxima à de uma vítima do Estado do que à de um fora da lei. Da relação quase siamesa entre corrupção e sonegação, brota uma diferença sutil: enquanto a corrupção consiste no desvio ...

A RESPONSABILIDADE CRIMINAL DO CONTADOR NO CRIME DE SONEGAÇÃO FISCAL

O ordenamento jurídico prevê diversos crimes tributários e, dentre eles, o delito de sonegação fiscal, consoante o art. 1º, da Lei 8.137/90, verbis : Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: I – omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias; II – fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal; III – falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à operação tributável; IV – elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato; V – negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a leg...