Em menos de cinco anos – o processo começou em 2005 e foi implantado em 2009 -, os profissionais de contabilidade, em conjunto com outros profissionais, foram responsáveis pela criação de um sistema único que facilitou a vida de mais de meio milhão de contadores que trabalham em quase 50 mil organizações contábeis espalhadas no território nacional.
Contadores, além de administradores, economistas, advogados e profissionais da área de tecnologia de informação, não só mudaram para sempre a rotina de quem se debruçava até pouco tempo atrás sobre pilhas e pilhas de planilhas, livros e folhas de papel, como também revolucionaram o processo de fiscalização tributária no País e o relacionamento entre o Fisco (federal, estadual e municipal) e os contribuintes.
Graças ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) que ajudou a criar, o contador tem hoje mais tempo não apenas para se dedicar a atividades estratégicas, mas também para se aprimorar, conquistar clientes e ainda sair à frente da concorrência.
“Os contadores, por meio da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon) e do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), colaboraram, e muito, para tornar mais eficaz e próximo da realidade a construção e o aperfeiçoamento de cada um dos projetos do Sped”, diz o diretor de assuntos legislativos, institucionais, sindicais e do trabalho da Fenacon, Antonino Ferreira Neves.
Segundo Neves, a participação efetiva e decisiva dos contadores nos grupos de trabalho, por sua essência profissional e conhecimento nas áreas contábil, societária, tributária, trabalhista e previdenciária, fez a diferença na criação e, agora, no sucesso das modalidades do Sped. “É importante ressaltar também que, por trabalharem diretamente com o manuseio, o envio e o atendimento de todas as obrigações acessórias exigidas pelo poder público, os profissionais contábeis foram decisivos no desenvolvimento desse projeto”, acrescenta.
Ele lembra que o governo federal também teve participação decisiva no projeto ao colocar à disposição dos grupos de trabalho profissionais capacitados para a coordenação e para o avanço técnico do Sped.
“O Sped, que futuramente deverá substituir todas as obrigações tributárias quando estiver totalmente implementado e aperfeiçoado, permitiu inverter os papéis entre os setores público e privado”, lembra o vice-presidente administrativo do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis de São Paulo (Sescon-SP), Wilson Gimenez Júnior. “Agora, em vez de o Fisco ir até a empresa, a empresa vai até ele”, completa.
O Sped substitui o Livro Diário e o Livro Razão por arquivos digitais, acelerou o processo de fiscalização tributária com o cruzamento de dados e eliminou todo e qualquer arquivo morto que armazenava documentos fiscais. Enquanto no passado o escritório contábil se ocupava em viabilizar o pagamento de impostos devidos e a escriturar manualmente as informações das notas fiscais emitidas, hoje passou a ser usado como consultoria, transformando-se em braço direito das empresas em decisões estratégicas de negócios.
Com exceção do eSocial (Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas), que ainda está em processo de implementação, todos os outros braços do Sped já estão em pleno funcionamento. “Com a entrada em operação do eSocial, o circuito estará fechado”, afirma Gimenez Júnior, também sócio-fundador da Datamétodo Gestão Contábil. O eSocial tem a finalidade de realizar o registro e controle das relações dos contratos de trabalho entre empregador e empregado nas áreas trabalhista, previdenciária e fiscal.
Por:Vladimir Goitia
Fonte: DCI via Mauro Negruni
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