Empresas brasileiras terão prejuízos incalculáveis se deixarem de investir em segurança da informação
A
importância do capital está migrando do físico para o intelectual, adverte
estudioso da “Era do Conhecimento”
Se
por um lado a gradual inserção de ferramentas tecnológicas, como o SPED e a
Nota Fiscal eletrônica, proporciona maior velocidade nas operações mercantis e
facilita a circulação de cargas por todo o Brasil e até mesmo contribui para
combater a sonegação fiscal, por outro, expõe as empresas a perigosas brechas
de segurança da informação.
Quem
adverte é o professor Roberto Dias Duarte, especialistas em temas como o
Sistema Público de Escrituração Digital, que destrincha no recém-lançado
“Manual de Sobrevivência no Mundo Pós-SPED”, quarta obra da série “Big Brother
Fiscal”.
Diretor
acadêmico e cofundador da Escola de Negócios Contábeis (ENC) e membro do
Conselho Consultivo da Mastermaq Softwares, Duarte chama a atenção para a
intensa circulação eletrônica de informações contábeis, fiscais, comerciais e
bancárias intra e interempresas nos dias de hoje.
“Se
a empresa não se proteger, certamente haverá vazamento de dados sigilosos e
considerados estratégicos para os negócios. É o sonho dos cibercriminosos, cada
vez mais ativos na web”, argumenta.
Pelos
seus cálculos, o Brasil tem hoje aproximadamente 700 mil empresas emitindo a
Nota Fiscal eletrônica Mercantil (NF-e), quase 500 municípios exigindo a Nota
Fiscal eletrônica de Serviços (NFS-e) dos prestadores de serviços, 170 mil
empresas transmitindo livros contábeis digitais via SPED Contábil.
Sem
falar que, em 2012, 1,37 milhão de empresas participarão da EFD PIS/Cofins
(escrituração digital das contribuições), havendo ainda a estimativa de que
algo em torno de 3 milhões de empresas deverão receber e emitir a NF-e até
lá.
Segundo
o especialista, a questão da segurança da informação passa por três pilares:
tecnologia, conhecimento e comportamento, e o maior custo para que as empresas
se adaptem é o humano. “Quanto menos conhecimento as pessoas têm, mais tempo
gastam para executar uma tarefa ou cumprir uma missão – no caso, proteger os
dados da empresa”, explica.
Duarte
reforça esta ideia demonstrando-a em uma fórmula bem simples: “se o
conhecimento sobre o assunto está muito distante da realidade das pessoas,
resta a opção de contratar especialistas. Ou seja, o custo é proporcional à
ignorância.”
Virtualização
Para
o especialista, a virtualização é uma estrada sem volta para as empresas, que
utilizam esta ferramenta não apenas em processos fiscais e tributários, mas
também administrativamente, por exemplo, ao digitalizar documentos de valor
inestimável e guardá-los em servidores sem proteção adequada, como senhas,
antivírus e firewalls atualizados.
“O
mundo é digital. Os ativos, cada vez mais intangíveis. Foi-se o tempo em que o
diferencial competitivo estava nos bens físicos. A importância do capital está
migrando do físico para o intelectual, que é composto de software, metodologia,
equipes, conhecimento técnico e sobre os clientes”, declara. “Deixar o capital
intelectual exposto é atestado de óbito. E isso não é ficção científica. É pura
realidade.”
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Compartilhando idéias e experiências sobre o cenário tributário brasileiro, com ênfase em Gestão Tributária; Tecnologia Fiscal; Contabilidade Digital; SPED e Gestão do Risco Fiscal. Autores: Edgar Madruga e Fabio Rodrigues.