Este é o um
questionamento de 99% dos empresários com quem converso, na execução do meu
trabalho, na área contábil. Vejo que muitos empresários ainda não estão
sincronizados com a nova realidade das obrigações acessórias para atender as
administrações tributárias.
O Sped é o Sistema Público de Escrituração Digital que consiste
em um instrumento que unifica as atividades de recepção, validação,
armazenamento e autenticação de livros e documentos que integram a escrituração
comercial e fiscal dos empresários e das sociedades empresárias. Tal sistema é
feito através de um fluxo único, computadorizado, de informações.
Sua origem vem da determinação da Constituição Federal que
determina que as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, deverão atuar de forma integrada, inclusive com o
compartilhamento de cadastros e informações fiscais. Estão compreendidos no
Sped: a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), a Escrituração Fiscal Digital (EFD), a
Escrituração Contábil Digital (ECD), a EFD – PIS/Cofins, o E-Lalur (Livro de
Apuração do Lucro Real), a EFD-Social (Folha de pagamentos) e a Central de
Balanços.
Com a implantação do projeto Sped, as administrações tributárias
ganham maior agilidade nos procedimentos de fiscalização, além de poderem
fiscalizar um maior número de transações. Como consequência da inovação
tecnológica, estaremos vendo nos próximos anos um aumento no número de
fiscalizações, além de um aumento significativo nos valores cobrados nos Autos
de Infração ou Notificações Fiscais.
Muitos empresários acreditam ainda que se o Fisco pressionar
muito as empresas um grande número de estabelecimentos irão encerrar suas
atividades, causando grande desemprego e queda na arrecadação de tributos. Tal
argumento não tem consistência, uma vez que basta observar que quando um
estabelecimento comercial encerra suas atividades em um Shopping, logo aparece
outro em seu lugar.
A realidade é que o Sped já esta fazendo parte do mundo
empresarial, contábil e da área de sistemas. O empresário terá que olhar mais
para a qualidade das informações fiscais e contábeis que são geradas pela
empresa, para isso terá que conhecer mais sobre legislação fiscal e de sistemas
de informática. O contador deverá desempenhar um papel de consultor, gerenciador
e crítico das informações que a empresa envia através do Sped, além de ter que
desenvolver sua capacidade de comunicação, para poder interagir com o
empresário e a área de sistema. Por sua vez, a área de sistema terá que mudar
sua forma comportamental, interagindo mais com a contabilidade e com o
empresário para desenvolver sistemas mais personalizados à necessidade da
empresa, que critiquem em tempo real a entrada de informações e não permitam a
omissão de informações que venham a comprometer o devido cumprimento do quanto
solicitado no Sped.
Entendo que o Sped não veio para ficar. Dentro de mais alguns
anos, estaremos discutindo novos modelos de apresentação de informações a
administração tributária, muito mais complexos e detalhados. Não vamos esquecer
que estamos sempre em evolução e também na era da informação.
por Rafael Arruty em http://genteemercado.com.br/voce-acredita-que-o-sped-veio-para-ficar/
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"Muitos empresários acreditam ainda que se o Fisco pressionar muito as empresas um grande número de estabelecimentos irão encerrar suas atividades ... Tal argumento não tem consistência, uma vez que basta observar que quando um estabelecimento comercial encerra suas atividades em um Shopping, logo aparece outro em seu lugar."
ResponderExcluirEssa foi boa, com a pressão exercida pelo fisco, aliada a sua omissão no que se refere a informação e orientação do contribuinte, os empresários hão de pensar duas vezes antes de se lançar no mercado. É o que eu digo, o fisco é excelente em cobrar, autuar, mas é medíocre em fornecer informação e orientação ao contribuinte.