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Atualização torna-se obrigatória

“Por se tratar de uma atividade intelectual, depende de conhecimento
multidisciplinar. Além disso, é uma área muito dinâmica e a atualização
é fundamental para o exercício da profissão”.
A atualização profissional é fundamental em qualquer atividade, mas no caso dos contadores ela se tornou obrigatória a partir deste ano.

Isso porque está em vigor o novo programa de Educação Profissional Continuada instituído pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Segundo a nova norma, os contadores que atuam como auditores independentes devem participar de atividades programadas por entidades reconhecidas para continuar exercendo suas funções profissionais.

O objetivo, segundo especialistas, é atualizar e expandir conhecimentos, competências técnicas, habilidades multidisciplinares, relacionamentos e padrões éticos dos profissionais do segmento. “A atualização profissional ainda é bastante tímida no Brasil. A título de comparação, os norte-americanos investem 31 horas de treinamento por ano por pessoa em suas empresas. Por aqui, são apenas 16 horas”, compara a arquiteta educacional da empresa especializada em treinamentos corporativos DCF Associados, Susana de Carvalho Ferreira.

16 normas por hora

A necessidade de atualização é resultado da crescente especialização da área. Para se ter uma ideia, somente no ano passado, de acordo com levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), foram editadas novas 32.023 normas tributárias. Isso representa 127 novas regras por dia útil ou 15,88 por hora comercial. Há 352.366 normas tributárias no País, uma para cada 580 brasileiros.

Além desse cenário causado pela crescente complexibilidade tributária, os profissionais são mais exigidos com a entrada em vigor do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) e eSocial, o programa que unifica as informações dos empregados que as empresas enviam ao Fisco. “Também há a necessidade de adequação das Normas Brasileiras de Contabilidade aos padrões internacionais para a unificação às regras de outros 120 países”, destaca o presidente do Sindicato dos Contabilistas do Estado de São Paulo (Sindcont-SP), Jair Gomes de Araújo.

Neste sentido, a obrigatoriedade da educação continuada pode ter papel fundamental no processo de tornar os contadores brasileiros mais próximos dos americanos quando o assunto é qualificação. “Por se tratar de uma atividade intelectual, depende de conhecimento multidisciplinar. Além disso, é uma área muito dinâmica e a atualização é fundamental para o exercício da profissão”, destaca o presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis (Sescon-SP), Márcio Shimomoto.

Contingente

Com o objetivo de contribuir com a qualificação profissional, as entidades de classe têm investido na realização de cursos, palestras e eventos de atualização para contadores. No Sescon-SP, por exemplo, cerca de 15 mil pessoas participam, anualmente, de programas elaborados pela entidade. Há palestras gratuitas com alertas e dicas sobre temas que podem impactar na profissão.

Já no Sindcont-SP, somente em 2015 foram realizados 66 seminários e palestras, além de 111 cursos, totalizando 10.712 participantes. Em São Paulo, o Conselho Federal de Contabilidade realizou 603 atividades presenciais no ano passado, com 52.276 participações.

A Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon) chegou a criar uma universidade corporativa. “No Brasil, infelizmente, não temos a cultura da atualização profissional, fundamental para a boa prestação de serviços ao cliente”, afirma a gerente da UniFenacon, Helen Carolina Gama. No ano passado, a entidade criou 28 cursos, que contaram com a participação de11 mil alunos.

Engatinhando

“Se considerarmos o universo de profissionais contábeis em todo o País (atualmente são mais de 520 mil, conforme dados do CFC), ainda é pouco, mas estamos caminhando para quebrar esse paradigma”, complementa Helen. De acordo com ela, os cursos on-line têm contribuído para que mais pessoas, especialmente as que estão longe dos grandes centros, tenham acesso à atualização profissional.

Além das entidades, também as empresas estão atuando fortemente no processo de atualização de profissionais. A Deloitte Brasil é uma das companhias com programas de qualificação e atualização, tanto para colaboradores quanto para profissionais. “As normas regulatórias são bastante dinâmicas no Brasil e a universidade corporativa é uma iniciativa que oferece conhecimento técnico e de gestão para os profissionais”, destaca o diretor da Deloitte Educação Empresarial, Marcos Braga.

Por Gilmara Santos | DCI/SP

Fonte: DCI – SP via Roberto Dias Duarte

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