Pular para o conteúdo principal

O mundo do trabalho em 2020

Uma importante pesquisa realizada pela consultoria Pricewaterhouse Coopers entre 2007 e 2008 debruçou-se a levantar perspectivas de como será o mundo do trabalho em 2020. Três mil jovens talentosos de diferentes países foram entrevistados e a PwC também ouviu especialistas dos mais diferentes campos manifestarem suas expectativas acerca das relações de trabalho nos próximos anos.

De posse dos resultados, foi possível identificar três diferentes mundos alternativos ou modelos de negócios que aparecem como grandes tendências norteadoras do pensamento corporativo, podendo impactar a vida de todos nós para o bem e para o mal.

O primeiro modelo é o que eles chamaram de “Mundo Azul”, no qual o capitalismo das grandes corporações reinará de modo supremo. Se o poderio financeiro de algumas das empresas transnacionais já é equiparado ao de países em desenvolvimento e sua influência tem sido cada vez maior na política, economia e cultura das nações onde atuam, imagine só o que poderá acontecer se houver a legitimação desta força!

Quanto aos empregados, estarão diante de uma encruzilhada: trabalharem em grandes companhias que fornecem tudo aquilo que necessitam para o seu bem-estar ou então operarem em empresas menores vivendo excluídos das grandes oportunidades por serem de “outro mundo”.

Só que, ao mesmo tempo em que os trabalhadores das grandes organizações estarão cercados de benefícios e atraídos por ofertas cada vez maiores e melhores, seus níveis de comprometimento e desempenho serão avaliados diariamente pelos olhos do Grande Irmão que não tolerará comportamentos desalinhados ou baixa produtividade, igual ao personagem criado por George Orwell.

O segundo modelo identificado como um possível cenário para 2020 é o “Mundo Verde”. Conforme o estudo, caracteriza-se pela consciência e o senso de responsabilidade ambiental adotado pelas companhias em decorrência do comportamento ético como prioridade máxima da sociedade.

Dentro deste olhar, o lobby ambientalista será tão amplo e poderoso que as empresas terão de reagir às preocupações dos consumidores com uma incrível rapidez para que atitudes consideradas como antiéticas não desvalorizem suas marcas e o preço de suas ações. Portanto, se este mundo subsistir a responsabilidade corporativa tornar-se-á um imperativo dos negócios, não tendo nada a ver com beneficência de fachada.

O impacto para o trabalhador é claro: grande parte das pessoas gozará estabilidade em seus empregos desde que suportem os valores e objetivos corporativos em torno da “agenda verde”. A preocupação dos especialistas é que neste modelo altamente regulamentado a capacidade de inovar tende a diminuir consideravelmente, existindo pouquíssimas empresas dispostas a correrem riscos.

E, por fim, o estudo da PwC trouxe uma terceira perspectiva: o “ Mundo Laranja”. Com barreiras comerciais abolidas pelos países para garantir sua competitividade, as empresas de classe mundial se fragmentarão em companhias locais sustentadas pelos avanços tecnológicos que possibilitarão um modelo de negócios no qual ser pequeno será a coisa certa para empresas e pessoas.

Neste caso, totalmente ambientados às inovações tecnológicas e inseridos em redes de relacionamento, os profissionais desenvolverão carreiras autônomas sustentadas por competências complexas e estarão organizados em associações profissionais que gerenciarão suas oportunidades de trabalho contratadas por curto prazo.

É praticamente impossível antever qual destas três perspectivas irá nos orientar em 2020 ou se coexistirão, o que muitos acreditam ser a hipótese mais provável. Por ora, preocupe-se em refletir bem o que sua empresa está fazendo para não ser pega de surpresa. Como o saudoso Peter Drucker dizia, a melhor maneira de prever o futuro é criá-lo.

Autor: Wellington Moreira – Palestrante e consultor empresarial nas áreas de Desenvolvimento Gerencial e Gestão de Carreiras, também é professor universitário em cursos de pós-graduação. Mestre em Administração de Empresas, possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e é especialista em Comunicação Empresarial. wellington@caputconsultoria.com.br

Fonte: Caput Consultoria via o gerente

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O sol nunca deixa de brilhar acima das nuvens

Sempre que viajo e vejo esta cena fico muito emocionado. O Sol brilhando acima das nuvens. Sempre me lembro desta mensagem: "Mesmo em dias sombrios , com o céu encoberto por densas e escuras nuvens, acima das nuvens o Sol continuará existindo. E o Sol voltará a iluminar, sem falta. Tenhamos isto sempre em mente e caminhemos buscando a luz! Quando voltarmos os nossos olhos em direção à luz e buscamos na vida somente os lugares onde o Sol brilha, a luz surgirá" Seicho Taniguchi Livro Convite para um Mundo Ideal - pág. 36 Que super mensagem Deus nos oferta.  Você quer renovar a sua experiência com Deus?  Procure um lugar quieto e faça uma oração sincera a Deus do fundo do seu coração pedindo para que a vontade dele prevaleça em sua vida. Tenho certeza que o sol da vida, que brilha acima das nuvens escuras, brilhará também em você !!!

Sonegação não aparece em delação premiada, mas retira R$ 500 bi públicos

Empresário que sonega é visto como vítima do Estado OS R$ 500 BILHÕES ESQUECIDOS Quais são os fatores que separam mocinhos e vilões? Temos acompanhado uma narrativa nada tediosa sobre os “bandidos” nacionais, o agente público e o político corruptos, culpados por um rombo nos cofres públicos que pode chegar a R$ 85 bilhões. Mas vivemos um outro lado da história, ultimamente esquecido: o da sonegação de impostos, que impede R$ 500 bilhões de chegarem às finanças nacionais. Longe dos holofotes das delações premiadas, essa face da corrupção nos faz confundir mocinhos e bandidos. O sonegador passa por empresário, gerador de empregos e produtor da riqueza, que sonega para sobreviver aos abusos do poder público. Disso resulta uma espécie de redenção à figura, cuja projeção social está muito mais próxima à de uma vítima do Estado do que à de um fora da lei. Da relação quase siamesa entre corrupção e sonegação, brota uma diferença sutil: enquanto a corrupção consiste no desvio

Tributação de Venda de desperdícios, resíduos ou aparas - Conceito

Segundo os artigos n° 47 e n° 48 da Lei n° 11.196/2005 (Lei do Bem), há suspensão de PIS/COFINS para a venda de desperdícios, resíduos ou aparas. Consta na Lei n° 11.196/2005, conhecida como “Lei do Bem”, medidas de desonerações tributárias. No artigo 48 desta está disposto a possibilidade de suspender a cobrança das contribuições para o PIS/Pasep e para a Cofins na venda de produtos reciclados, em especifico: venda de desperdícios, resíduos ou aparas. A suspensão busca incentivar as empresas de reciclagem, sendo este um modo para compensar a produção e comercialização dos materiais recicláveis que têm baixo valor agregado, permitindo que a empresa obtenha ganhos, adquira maquinários e eleve sua produtividade. Dá-se por importante salientar que inicialmente a MP n° 252/2005 tratava somente de sucatas de alumínio, a conversão da MP n° 255/2005 na Lei n° 11.196/2005 incluiu os desperdícios, resíduos ou aparas de plástico, de papel ou cartão, de vidro, de ferro ou aço, de cobre,