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Crise é oportunidade para o empreendedor de alto impacto

Empreendedores bem preparados são mais capazes de criar negócios inovadores, enfrentar crises e gerar empregos - e, assim, ajudar a economia a girar. É essa premissa que faz a Endeavor Brasil considerar como propício o atual cenário econômico vivido pelo País.

"A crise, para muitos empreendedores, gera grandes momentos de oportunidades", diz Juliano Seabra, diretor-geral no Brasil da organização global de fomento ao empreendedorismo. Para a Endeavor, o empreendedor de alto impacto - aquele que amplia seu corpo de colaboradores a taxas anuais superiores a 20% durante três anos consecutivos - sofre menos em um momento econômico instável do que a média dos empregadores brasileiros. "Ele é mais capacitado, não está andando de lado", disse Seabra em entrevista ao DCI.

Seabra vê uma movimentação positiva mesmo em áreas como a construção civil e a indústria automobilística, que já vêm reduzindo o ritmo de produção e vendas desde o ano passado. "As empresas estão começando a estudar outros modelos de trabalho para compensar essa desaceleração", diz. "O tipo de suporte que damos tem que dialogar com esse momento um pouco mais difícil. Temos que ajudar o empreendedor a enxergar como sair de um eventual problema. Muita gente acaba pedindo mentoria, ou informações mais focadas no lado financeiro, porque é normalmente na crise que as finanças acabam se desarrumando um pouco. Mas isso faz parte do processo natural de empreender. Você não vai ser empreendedor só no dia bom", argumenta.

Foco do trabalho da organização, que já opera há 15 anos no Brasil, os empreendedores de alto impacto correspondem a menos de 1% do total de empresas ativas no Brasil, segundo estudo feito em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São 35.206 empresas, responsáveis por 60% da carga líquida de novos empregos do País - cerca de 3,3 milhões de postos de trabalho gerados no período de 2010 a 2012.

"A grande performance que empurra e sustenta o desempenho econômico brasileiro vem de um grupo muito restrito. Nosso sonho é que esse número se multiplique", diz Seabra, destacando que 90% das empresas de alto impacto são pequenas e médias. "No auge da crise de 2008, havia cerca de 90 mil empresas de alto crescimento nos Estados Unidos. Hoje, são 150 mil. Nosso objetivo é fazer com que o Brasil tenha 100 mil."

É para possibilitar tal salto que a Endeavor investe na capacitação de empreendedores. "Fechamos 2014 com quase 3 milhões de pessoas visitando nosso portal para consumir conteúdo. Um empreendedor bom é aquele bem preparado, e isso só acontece se disseminarmos conhecimento", defende.

Além desse trabalho para um público amplo, a organização oferece acompanhamento para um grupo fechado de empreendedores, escolhidos em um criterioso processo de seleção (veja ao lado alguns exemplos). São cerca de 130 empresários, à frente de 74 companhias, que recebem mentoria de grandes lideranças - a última sessão, no fim de fevereiro, foi comandada pelo investidor e empresário João Paulo Lemann, sócio na AB InBev, no Burger King e em outros negócios.

Ação em parceria

Esse é o programa mais visível da Endeavor. Mas o instituto também desenvolve iniciativas de capacitação em conjunto com instituições como o Sebrae e o Senai. "São iniciativas que ainda estão muito de fora para dentro: entidades fora do sistema educacional que promovem a educação empreendedora."

Uma dessas iniciativas é o InovAtiva Brasil, um programa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) que capacita e conecta startups, com apoio da Endeavor e do Senai. "Entramos com o processo de mentoria. São empresas pequenas, mas com muito potencial de inovação envolvido", explica Seabra.

Ele defende maior participação do poder público na formação de uma cultura empreendedora no Brasil. "Enquanto não se entender que o empreendedorismo deveria ser olhado na escola, ele dificilmente se espalhará de uma forma acelerada. Nas universidades, está na idade da pedra", afirma ele. Ainda que a inclusão da matéria na grade das instituições de ensino tenha chegado a entrar em pauta no Congresso Nacional, os projetos a respeito disso "não andaram", avalia.

Ao lado da pouca capacitação, o ambiente de negócios complicado limita o desenvolvimento de um ecossistema empreendedor mais forte no Brasil. "Todos os processos que envolvem burocracia e impostos são muito onerosos. Seguram o potencial do País. A maior dicotomia é sermos a 7ª economia do mundo e o 120º ambiente de negócios", diz.

Iniciativas

Seabra cita o vaivém na política de desoneração da folha de pagamentos como exemplo de decisões do governo que acabam causando insegurança jurídica e travam o planejamento por parte dos empresários.

No entanto, ele reconhece os esforços da Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE) em criar mecanismos legais mais ágeis, como o que deverá facilitar a transição do Simples para o regime tributário de lucro presumido quando uma microempresa amplia o volume de negócios e o seu faturamento.

De qualquer forma, defende o diretor-geral da Endeavor, o ambiente de negócios complicado não pode ser usado como desculpa pelo empresário para não inovar. "Por mais que você vá se envolver com sócios, funcionários, fornecedores, empreender ainda é um ato individual. A responsabilidade é exclusiva do indivíduo. Tem 35 mil caras que, com ambiente de negócios ruim, bola quadrada e regra malfeita, ainda conseguem marcar gol. Como eles estariam se nosso ambiente fosse mais leve? Essa é a provocação que fazemos."



Fonte: DCI via Portal Contábil SC

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