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Todos os pagamentos serão eletrônicos, diz MasterCard

Pagamento por celular: a MasterCard investe em projetos para atingir
até cidades em que não há sequer um banco
São Paulo - No mundo todo, 40% do volume de transações monetárias são feitas por meios eletrônicos, seja pelo cartão de crédito ou débito, transferência pela internet ou pelo smartphone. Mas ainda é pouco para Martina Hund-Mejean, diretora financeira da MasterCard.

A empresa de pagamentos trabalha para que todos tenham acesso a um cartão. Assim, investe pesado em projetos para atingir desde jovens que querem pagar pelo celular até cidades em que não há sequer um banco.

“Os meios eletrônicos de pagamento precisam estar nas mãos de todo mundo. Com inovação, as gerações mais jovens e mercados emergentes, acreditamos que podemos acelerar essa tendência”, diz Martina, em entrevista a EXAME.com.

Recentemente, a companhia anunciou um investimento de US$ 20 milhões para aumentar a segurança no meio digital. O usuário pode ter uma senha, mas será capaz de usar sua digital, voz, retina, uma selfie e até o batimento cardíaco para aumentar a segurança.

“Mesmo se você não sabe ler ou escrever, pode ter uma conta no banco”, diz João Pedro Paro Neto, presidente da MasterCard Brasil e Cone Sul.

Confira a seguir a entrevista de Martina e Neto para EXAME.com:

EXAME.com – A MasterCard acabou de anunciar um investimento de US$ 20 milhões para aumentar a segurança no meio digital. Como esse investimento será feito?

Martina - Essa área na MasterCard é muito grande. Investimos milhões e milhões de dólares todo ano e cada vez mais, dado o cenário de segurança digital. 

Não temos nenhuma informação que ligue o número de 16 dígitos do seu cartão ao usuário. Mesmo assim, são dados. Então trabalhamos para criptografar os dados e que, mesmo que vazem, as informações sejam inúteis e não possam ser usadas para o mal.

EXAME.com - Que outras ferramentas podem aumentar a segurança e o controle dos usuários?

Martina - Nos Estados Unidos, os cartões ainda usam tarja magnética, que não é tão seguro. No Brasil, todos os cartões são com chip. Queremos trocar todos os cartões para o chip, que é padrão internacional de segurança.

Mas isso só funciona no meio físico. Online, é completamente diferente. É um ambiente muito aberto. Nos últimos anos, inovamos e criamos a tecnologia de “tokenização”. Seus dados nunca vão para o site, são alterados pelo token, que se recria o tempo todo. O primeiro produto com esse recurso é o Apple Pay, que está sendo lançado agora.

Neto – Esse ano, iremos lançar uma ferramenta chamada In Control. Você consegue controlar e acompanhar o seu orçamento. Também pode criar um limite para quanto gasta com cafezinho ou quanto e como seu filho adolescente gasta a mesada.

Também estamos experimentando com ferramentas além da senha do cartão. Em uma empresa de biométrica no Canadá, testamos reconhecimentos por voz, retina, digitais e até por selfies. Mesmo se você não sabe ler ou escrever, pode ter uma conta no banco.

Martina – Sabemos que todo mundo também tem um batimento sanguíneo único. Então estamos experimentando com pulseiras, que medem sua pulsação.

EXAME.com - Ainda há medo ou desconfiança em relação aos cartões de crédito ou débito?

Martina – Descobrimos que podemos levar consumidores a adotarem os cartões muito rapidamente. Muitas pessoas, assim que se acostumam, veem que é muito mais fácil do que carregar dinheiro vivo.

Quando há um vazamento, o que vemos é um impacto relativamente pequeno. As pessoas ficam um pouco mais cuidadosas com os cartões. Mas depois voltam a usá-los, porque é mais fácil.

EXAME.com – Quais os projetos e tendências em inovação de pagamentos eletrônicos a MasterCard está desenvolvendo?

Martina - Temos sete laboratórios de inovação pelo mundo. Acabamos de abrir um no Quênia, com financiamento da Fundação Bill e Melinda Gates. Queremos descobrir como, de uma maneira eficiente, criar e ampliar a infraestrutura para pagamentos eletrônicos na África.

Vemos que esse é um grande passo na ascensão econômica de pessoas nas classes C ou D.

A Nigéria tem cerca de 175 milhões de pessoas. Mas não tem um meio de identificação nacional. Estamos desenvolvendo o piloto de um projeto que dará a cada pessoa um documento de identificação nacional, que também será um cartão MasterCard.

E por quê? Para aumentar a eficiência do governo. As pessoas podem receber salários e previdência social pelo cartão. O projeto não irá apenas identificar a população, mas inclui-la financeiramente.

EXAME.com - Como o mercado brasileiro de pagamentos eletrônicos se diferencia do resto do mundo?

Neto – Não diria que somos diferentes, usamos os meios eletrônicos como nos outros países no mundo. A coisa boa do país é que somos “early adopters”, gostamos de testar produtos novos. O Brasil está muito atualizado em relação ao resto do mundo. Podemos lançar todos os nossos produtos por aqui.

E isso é bom para nós. Quando oferecemos bons serviços, temos mais cartões circulando e a indústria continua crescendo. No Brasil, R$ 1 trilhão em pagamentos já são feitos eletronicamente. Outro R$ 1 trilhão é feito com o dinheiro. Queremos abarcar esse um trilhão.

EXAME.com - No futuro, todos os pagamentos serão eletrônicos?

Martina - Há muito trabalho a ser feito. Para se ter uma ideia, o consumo privado no mundo soma US$ 37 trilhões. Mas 85% das transações, 60% do volume, ainda são feitas em dinheiro vivo. Nos últimos 45 anos, foi isso que alcançamos.

Para aumentar esse número, os meios precisam estar nas mãos de todo mundo. Você pode ver que demanda tempo. Mas agora, com inovação, as gerações mais jovens e mercados emergentes, acreditamos que podemos acelerar essa tendência.

Pessoas mais jovens não querem sair com uma carteira. Por isso, eles estão demandando métodos de pagamento pelo celular, criando a tendência.

Nos mercados emergentes, também não há a infraestrutura bancária que existe nos países mais ricos. Mas, com a tecnologia que temos hoje, podemos dar uma conta para todos, mesmo sem passar por toda burocracia de um banco. Você pode abrir uma conta em só 10 minutos. Pode ser até um cartão pré-pago. Mas é uma grande mudança.

Karin Salomão, de EXAME.com

Fonte: Exame.com

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