Em 2011, o Instituto Ethos definiu que os valores éticos e de integridade são as premissas do modelo econômico proposto pela “Plataforma por uma Economia Inclusiva, Verde e Responsável”, o qual, segundo o próprio documento, “não se viabilizará num ambiente que favoreça privilégios oportunistas e acumulação de poder”. Há mais de cinco anos, portanto, o instituto alertava que um dos fatores mais prejudiciais para a implementação de uma economia responsável é a corrupção.
O momento não poderia ser mais apropriado para mencionar um dos exemplos de iniciativa contra a corrupção, o Pacto Empresarial pela Integridade e contra a Corrupção, que apresenta conjunto de diretrizes e procedimentos a serem adotados pelas empresas e entidades signatárias, as quais se comprometem a elaborar e aprovar códigos de conduta ou políticas de integridade que expressem de forma inequívoca as políticas adotadas em relação a sistemas de integridade e combate à corrupção.
Nesse sentido, cada vez mais, as organizações, a fim de compreender, identificar, prever e, sobretudo, reduzir (ou eliminar) a manifestação de comportamentos antiéticos no trabalho, tem sistematizado a adequação dos comportamentos dos profissionais por meio das mais variadas ferramentas, como: testes de integridade, socialização formal, adequação cultural, conscientização sobre os riscos e as consequências de práticas ilícitas, entre outras.
Assim, o que eu gostaria de ressaltar é que têm aumentado significativamente as oportunidades de emprego na área de Compliance, nos mais variados níveis, nos mais diversos segmentos. Cabe explicar que essa área atua no gerenciamento do risco de sanções legais ou regulamentares, perdas financeiras, ou mesmo perdas de imagem, decorrentes da falta de cumprimento de disposições legais, regulamentares, códigos de conduta etc. (ABBI/Febraban).
Ademais, vale destacar, também, que, independentemente da área ou do nível de atuação, as organizações têm valorizado, em seus processos seletivos e em seus programas de carreira, profissionais que possuam atitudes e comportamentos balizados por valores humanos básicos: éticos, religiosos, estéticos, lógicos ou práticos, numa clara demonstração de evolução em termos de práticas corporativas em tempos de crise moral.
Por Marcelo Treff, professor da PUC
Fonte: Estadão
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