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É IMPORTANTE AO (PEQUENO) EMPRESÁRIO CONHECER O QUE É DÉBITO OU CRÉDITO!?

Em nossa experiência vimos tratando esta incógnita junto aos empresários objeto de serviços de organização ou reorganização empresarial: o que é o débito e o crédito contábeis?      Eles, em geral, não sabem responder e, pior, observamos ao longo de nossa carreira, que até mesmo muitos profissionais contábeis não o sabem e, ainda pior, não o sabendo, não têm qualquer condição de bem orientar os empresários e, talvez seja por isso, que uma boa parte deles não o faz, ou se o faz, sua orientação se distancia do entendimento provocado e desejado por aquele e, quiçá,não possa ser isso a repulsa e o afastamento de muitos (dos pequenos) empresários quanto ao exame das demonstrações contábeis.

O que é Classificação contábil das operações

Mas para bem caracterizar o que sejam débito e crédito contábeis, é necessário falarmos e darmos a conhecer o que seja: Classificação contábil.

Classificação contábil é, sob uma forma simplificada de falar,  a localização de determinada conta contábil no Balanço Patrimonial, o qual por sua vez divide-se segundo a aplicação ou origem dos recursos financeiros; se a aplicação for de natureza permanente, ou seja, não se consome no processo operacional ou administrativo, estamos diante de ativos fixos; se, porém, for de consumo imediato, estamos diante de despesas, dispêndios ou gastos, que por sua natureza em algum momento irão para contas de resultados, segundo o entendimento universal de quando o gasto é efetivamente realizado. Se a origem for de natureza permanente (Capital Social, aumentos de capital, etc.) estamos diante de capitais próprios e, portanto, classifica-se na Situação Líquida ou Patrimônio Líquido; se, entretanto, for de natureza não permanente, classifica-se no Passivo Circulante e Passivo exigível de longo prazo (Fornecedores, Contas a Pagar, Empréstimos bancários,etc.).  Sendo o capital social uma origem,  sua contrapartida será, obrigatoriamente, uma conta do Ativo, denominada Caixa ou Bancos, ou, ainda, estoque, ativo permanente, etc.,porém todas de Ativo como já dissemos, conforme seja a operação de integralização do capital social.

Contas Caixa, Bancos e Aplicações Bancárias
As contas de Caixa, Bancos Disponível e, Aplicações Bancárias de Resgate Imediato, em geral, para fins de análise contábil e financeira não são tratadas como contas de aplicação, mas como Saldos Disponíveis no Fluxo de Caixa e, na minha opinião, erra quem pensa que a contabilidade deva estar dissociada da análise do Fluxo de Caixa (Fluxos Financeiros), que é instrumento basicamente de controle financeiro que, ainda na minha opinião, é inseparável do controle contábil,  assim como o são as conciliações bancárias e outras de mesma natureza de controle.

Fatores considerados para classificar as operações do dia a dia da empresa
A Classificação contábil considera quatro fatores importantes e distintos para a consideração de onde classificar determinadas operações e suas respectivas contas contábeis, a saber:

Ativo – Onde se devem classificar as aplicações de recursos;
Passivo – Onde se devem classificar as origens de recursos;
Situação Líquida ou Patrimônio Líquido – Onde se devem classificar as origens de recursos permanentes, inclusive Resultado do Exercício.
O Resultado do Exercício por sua vez é composto de duas grandes massas de operações financeiras e contas contábeis, ambas de origens e aplicações de recursos,a saber:
Receitas – Origens de recursos operacionais decorrentes de vendas;
Despesas e Custos – Aplicações de recursos operacionais decorrentes da existência da entidade ou da transformação de bens destinados à venda;

Análise das operações para bem classificá-las nas contas contábeis

É preciso, consequentemente, em razão desses fatores, analisar as operações realizadas no dia a dia da gestão empresarial para possibilitar sua adequada classificação nas contas existentes no plano de contas contábeis sendo forçoso concluir que todas as operações contemplam em si próprias uma das condições: origem ou aplicação de recursos, mesmo quando esta se referir a uma provisão ou previsão ou, ainda, até mesmo contas de compensação podem refletir esta característica.
Assim, fica fácil definir, em primeiro lugar, se a operação refere-se a ativo ou passivo (aplicação ou origem) ou, se trata de patrimônio líquido ou efeito sobre este direta ou indiretamente através de contas de resultados: receitas ou despesas (estas, na ordem: origens e, aplicações de recursos, como já dito anteriormente).

Mesmo a conta de aplicação de recursos em despesas implica, como o seu próprio nome já diz, em uma identificação de aplicação de recursos antecipada.

Operações que diminuem as aplicações ou as origens de recursos

Existem, porém, operações financeiras que resultam em diminuição ou aumento de saldos de contas patrimoniais (de ativo ou passivo) respectiva e, eventualmente, reciprocamente. São caracterizadas, entre outras, pelas liquidações de contas a receber (ativo) que de um lado, pelo recebimento ao caixa ou banco, determinam uma redução no saldo de contas a receber e, portanto, a origem de recurso (do ponto de vista financeiro) como contrapartida de um aumento de caixa ou banco; é, de regra, olhando-se apenas a conta a receber, uma diminuição do saldo de uma conta de aplicação;  entretanto é preciso fazer notar que esta diminuição nada mais é que uma transferência (e consequente disponibilidade) do recurso antes aplicado em contas a receber para a conta caixa e banco tornando-o um disponível.
Da mesma forma e, analogamente às contas a receber, as liquidações de fornecedores (passivo) são reduções no saldo desta conta e, neste caso, contrariamente à contas a receber, são aplicações de recursos (do ponto de vista financeiro) como contrapartida de uma diminuição de caixa ou banco; é de regra, olhando-se apenas a conta fornecedores, uma diminuição do saldo de uma conta de origem; assim, diferentemente do apresentado nas contas a receber, é preciso fazer notar que esta diminuição é de fato uma aplicação de recursos para liquidação de uma dívida (que antes representou uma origem de recursos de terceiros). Em ambos os casos, contudo, está representada uma movimentação de recursos financeiros de massas operacionais (vendas e estoques/compras a prazo).

Enfim, concluindo: O que é débito e crédito, seus efeitos no dia a dia empresarial

Bem, seguindo a linha de raciocínio, é preciso conectar estas nomenclaturas financeiras à contabilidade, sendo que aplicações de recursos, nada mais são do que o débito e, as origens o crédito.
Sendo assim, ao debitarmos a conta caixa/bancos teremos uma “aplicação” e, ao contrário, ao creditarmos esta conta, teremos uma “origem”, porém, é preciso esclarecer ao leitor, que é inapropriado tratar estes dois lançamentos como origem ou aplicação, já que esta característica/nomenclatura é adotada somente em relação às demais contas, quando estas produzem o efeito de origem e aplicação de recursos na, ou da, conta caixa/bancos. Mas, abstraindo-se e excluindo-se, mas não desprezando totalmente este conhecimento, para o pequeno empresário (e, aliás, para qualquer empresário), conhecer que a aplicação ou a origem de recursos, são respectivamente débito ou crédito, é fundamental, considerando que da dissociação deste conhecimento reside praticamente a falta de conhecimento para lidar com a informação contábil e, por isso, entendo que lhes é fundamental conhecer o que é débito e crédito para determinação da sua boa gestão no seu dia a dia e, entender os efeitos desta gestão nas demonstrações contábeis.

Autor: Rudilvam de Souza Gomes, contador e auditor independente e, consultor de empresas; contatos: rudilvam@gmail.com; Este artigo, na íntegra, sem modificações ou supressões, pode ser republicado, copiado, citado ou, distribuído, desde que todos os dados identificadores e meios de contato do autor sejam também mantidos integralmente. Sua primeira publicação foi feita sob autorização pela Resenha de Notícias Fiscais.

Fonte: Notícias Fiscais.

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